segunda-feira, 25 de maio de 2009

Nossa Senhora do Rosário de Fátima

Mês de maio. Êis que, andando de carro pela asa sul, à caminho da Aliança Francesa, encontro inspiração para voltar a escrever.
De repente lembrei que minha mãe era devota de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Devota, devota mesmo.
Quer saber o quanto? Tenho irmãs gêmeas que se chamam: Maria Fátima e Fátima Maria.

E sabe o que mais? Por causa das crianças que viram a Santa na Cova da Iria, tenho outra irmã que se chama Maria Lúcia, e, dizem, eu iria me chamar Francisco, se tivesse nascido um menino, e só escapei de me chamar Jacinta por obra, graça, intervenção e insistência de meu pai.
Minha irmã, Maria Fátima, esteve em Portugal anos atrás e me contou que ficou muito emocionada quando entrou no Santuário de Fátima e leu em uma placa: “Faça silêncio, Nossa Senhora esteve aqui!”.
Na minha infância, Nossa Senhora de Fátima estava mesmo era bem ali. Nasci na 308 sul, ao lado da Igrejinha. Lá eu fui batizada, e por lá aprendi a andar, tocando nos azulejos de Athos Bulcão, mexendo nos tocos de vela que as pessoas acendiam atrás da igreja, e ouvindo meu pai falar mal do padre que mandou passar tinta em cima das bandeirolas do Volpi.
A igrejinha de Nossa Senhora de Fátima foi construída a mando de Dona Sarah Kubitschek, para pagar uma promessa e, nos bancos de madeira daquela igreja vi também minha mãe fazer promessas e muitas orações. Meus pés ficavam balançando, sem conseguir encostar no chão. O tempo que minha mãe levava para rezar (o rosário ?) era uma eternidade para alguém tão inquieta como eu com cinco ou seis anos de idade.
Um dia, quando eu já era grande, minha mãe me disse que naqueles bancos, em certa ocasião, ela teve uma espécie de visão. Ela me contou que estava de cabeça baixa, rezando e chorando. Um padre tocou o braço dela e perguntou: “Filha, onde fica o confessionário?”. Ela indicou o lugar, imaginou que ele estava à procura do pároco, abaixou novamente a cabeça e continuou rezando, pedindo à Santa que lhe mandasse um sinal, que lhe indicasse um caminho. Passado algum tempo, ela se deu conta de que não viu mais o padre, resolveu perguntar a uma freira que estava na sacristia se ela o tinha visto. A freira foi categórica: “Não entrou ninguém na igreja esta manhã, só estamos nós duas aqui!”. Minha mãe falou que naquele momento teve certeza que a Santa tinha “mandado o padre”. O propósito, ela acreditava, tinha sido fazê-la refletir sobre o “caminho” do confessionário.
Na manhã do dia do meu casamento, pensando nessa história, voltei à Igrejinha para me confessar. Há anos eu não entrava lá. Tudo estava bem diferente. Era de se esperar que a igreja me parecesse muito pequena, mas a sensação que tive foi a de que eu é que parecia não caber mais nela... Confessei-me, sentei-me nos bancos e fiquei um bom tempo chorando... umas lágrimas grossas, pesadas... me senti purificada e, em fim, preparada para receber o sacramento do matrimônio e para começar uma nova vida.
Casei na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, porque foi lá que rezei durante todos os anos de colégio, pelos mais diversos motivos. Sempre que alguém que eu amo adoece, eu corro a fazer pedidos para Santa Rita, e, também foi a ela que eu recorri quando queria passar em um concurso para o qual só havia uma vaga (era mesmo quase impossível, convenhamos!). Nossa Senhora Aparecida foi minha companhia constante durante a gravidez do Mateus, e ainda vou levá-lo ao Santuário em Aparecida para marcar minha gratidão.
Hoje, porém, estou decidida a fazer como Dona Sarah e minha mãe, Maria Assumção - vou recorrer à Virgem de Fátima, vou pedir que, para o bem de minha irmã Lúcia e de sua família, que se preparam para começar uma nova vida, que a Santa os fortaleça, guie minha irmã e a proteja nos negócios que viabilizarão a compra do lugar onde ela irá fazer seu novo lar. Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós, Marias, e filhas de Marias, Marias de Fátima e Marias da Assumção. Amém!