Minha amiga Fernanda está “curtindo” os primeiros meses de gravidez enjoando dia e noite. Minha amiga Karen carrega sua pequena Júlia nos braços há poucos dias e já foi aconchegar-se na casa da mãe para poder dormir um pouco. Minha sobrinha Priscilla, na reta final de sua gravidez, se arrasta para completar o enxoval.
Queria escrever aqui no blog algo sobre a maternidade que as animasse um pouco. Pretendia falar de como é ter sua vida transformada, ressignificada, só porque aquela "pessoinha" ali existe, mas mudei de idéia.
A inspiração veio hoje, quando tive que tomar uma pistola de água do Mateus. Fui eu mesma quem comprei o brinquedo para ele, ainda ontem. Devia saber que ele ia molhar pessoas vestidas à beira da piscina (qual a graça de molhar quem já está molhado?). Assim foi, independente dos milhões de avisos e ameaças que fiz antes de sair de casa, ele me desobedeceu.
Lembrei de uma crônica que Rubem Braga escreveu dedicada ao Dia das Mães. Nela, ele conta a história de uma Mãe que, de repente, na praia, dá por falta do filho. Palavras de Hélio Pellegrino: “Catastrófica, amputada, a mãe hasteia o seu supergrito de desespero e horror: todo o mundo, siderado, põe-se a procurar o afogado, em rebuliço, em pânico, em convulsões e preces, até que o Joãozinho aparece lampeiro, com um sorvete na mão. A mãe, com um tapa, quase derruba sorvete e filho — "menino desgraçado!" —, e a este, trombudo, humilhado, só resta o recurso de murmurar, entre dentes: ‘Mãe é chaata...’ ".
Lembrei porque foi exatamente isso o que eu ouvi o Mateus dizer hoje. Resultado: ele está sem o brinquedo e sem assistir TV durante a semana toda!Meninas, mãe que ama o filho é chata mesmo, preparem-se!
Para ler a imperdível crônica do Rubem Braga na integra: http://www.releituras.com/rubembraga_mae.asp
Para ler a imperdível crônica do Rubem Braga na integra: http://www.releituras.com/rubembraga_mae.asp