Por que Deus permite que as mães vão se embora?
Mãe não tem limite, é tempo sem hora,
luz que não se apaga quando sopra o vento e chuva desaba,
veludo escondido na pele enrugada,
água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade.
Mãe não tem limite, é tempo sem hora,
luz que não se apaga quando sopra o vento e chuva desaba,
veludo escondido na pele enrugada,
água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade.
Agosto é o mês dos pais, mas, para mim, é também o mês da mãe. Não há como esquecer que minha mãe era leonina - grande leoa.
Faria 75 anos no dia 14 de agosto, véspera da assunção de Nossa Senhora, por isso – Maria Assumção. Faleceu em 1998 – nove anos já se passaram e eu ainda, vez por outra, feito a Adélia Prado, tenho vontade de gritar: “Eu quero a minha mãe!”.
Estou saindo de férias. No próximo sábado viajo - levo o marido, umas poucas roupas, alguns Euros e o guia da Folha de São Paulo. Há muito queria fazer essa viagem à terra de Cervantes, mas agora o coração está apertado. Deixarei meu filho. A maternidade (e também a crise da aviação brasileira - confesso) me trouxe o medo da morte.
Penso nos versos de outro poeta, Mário Quintana - A Verdadeira Arte de Viajar: "A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo".
Já consegui viver assim, agora não consigo.
Nesse mês Brasília parece que é ainda mais Brasília – é poeira para todo lado, o céu muito azul, o ar quase irrespirável, os ipês florescem esplendorosamente nessa terra árida, como que a gritar: Que nos importa que tudo esteja seco, estamos vivos!
Isso sim que é coragem!
Meus caros amigos, se Deus quiser: Até a volta!
Faria 75 anos no dia 14 de agosto, véspera da assunção de Nossa Senhora, por isso – Maria Assumção. Faleceu em 1998 – nove anos já se passaram e eu ainda, vez por outra, feito a Adélia Prado, tenho vontade de gritar: “Eu quero a minha mãe!”.
Estou saindo de férias. No próximo sábado viajo - levo o marido, umas poucas roupas, alguns Euros e o guia da Folha de São Paulo. Há muito queria fazer essa viagem à terra de Cervantes, mas agora o coração está apertado. Deixarei meu filho. A maternidade (e também a crise da aviação brasileira - confesso) me trouxe o medo da morte.
Penso nos versos de outro poeta, Mário Quintana - A Verdadeira Arte de Viajar: "A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo".
Já consegui viver assim, agora não consigo.
Nesse mês Brasília parece que é ainda mais Brasília – é poeira para todo lado, o céu muito azul, o ar quase irrespirável, os ipês florescem esplendorosamente nessa terra árida, como que a gritar: Que nos importa que tudo esteja seco, estamos vivos!
Isso sim que é coragem!
Meus caros amigos, se Deus quiser: Até a volta!