sábado, 1 de agosto de 2009

Sabadão

Sabadão...
Um dos raros em que acordo de manhã e não vou pro francês (as aulas só começam na próxima semana!).
Tomo meu café na cama, agarro um livro e fico lá...Feliz, deitada!
Meu filho então me chama: “Manhêêêê!!! Você já acordou? Vem ver uma coisa aqui!”.
Não respondo.
Meu marido está no banheiro, a babá está na sala e a cozinheira na cozinha, por que é que eu é que tenho que ver a tal coisa?
Ele insiste: “Manhêêê! Vem ver... É o Tai Lung (leopardo da neve, vilão do filme “Kung Fu Panda”)... nesta fase ele destrói tudo!.
Eu entendi tudo.
Meu filho está jogando vídeo-game e quer que eu levante para compartilhar com ele a emoção de ver um leopardo da neve destruindo um templo com socos, chutes - golpes de Kung Fu.
Levanto.
Vejo meu filho pulando em cima do sofá, imitando o Tai Lung e a ponto de destruir minha sala. Olho a tela da TV, comento alguma coisa sobre a habilidade do Tai Lung e peço: “Filho, não pula no sofá... Você pode se machucar e vai acabar estragando o estofado”.
Volto para a cama.
Minutos depois meu marido me chama: “Amôô, você já leu meu blog?”. Agarrada no livro solto um: “Ainda não....”. Ele grita de longe: “Leu?”.
Solto o livro. Pergunto:”Sobre o que você escreveu?” Ele começa a falar.
Tenho que ir até a sala para ouvir o que ele está dizendo.
Faço um comentário sobre o post dele.

Volto pro quarto, deito.

Dois segundos depois a cozinheira bate na porta: “Acabou a água do galão, posso pedir pro moço trazer outro?”.
“Pode, pega o dinheiro no potinho que fica em cima do micro-ondas!”. O que ela imaginou? Que eu ia dizer não?
Consigo agarrar o livro e ler umas duas páginas.

A babá do meu filho bate na porta e diz: “Você está lembrando que seu filhote precisa levar uma cópia da certidão dele pra escola na segunda-feira pro dever de história?”.

“Não, não tô. Corre ali na papelaria e tira pra mim, por favor!”.

O que raios a professora de história quer com a certidão de nascimento do meu filho?. Tento novamente ler meu livro.
Instantes depois, meu filho me chama - outra vez: “Manhêê! Traduz um negócio que o Tai Lung está dizendo aqui pra mim, por favor!”.
E lá vou eu, outra vez pra sala.


“I’m at home again, master!”. ”This is not your home anymore and I’m not your master anymore”. Filho, o Tai Lung diz: “Estou novamente em casa, mestre”. O Chifu responde: “Esta não é mais sua casa e eu também não sou mais seu mestre”.

Volto para cama.


Nem bem eu deito, meu marido me chama: “Amôô, me faz um favor???”

Eu levanto.


Vou até a sala e digo: “Gente, vocês não tem medo de eu abrir aquela porta e sumir no mundo não?”.

Meu marido me olha com cara de espanto e responde: “Se você sair assim, de pijama, sem pentear os cabelos e sem escovar os dentes eu não tenho não. Rapidinho alguém chama o SAMU e eu já sei que você vai parar - no HPAP ( Hospital de Pronto Atendimento Psiquiátrico)!”.
Sabadão...é melhor ouvir um negócio desses do que ser surda, né?

Eu reclamo, mas é muito bom saber que sou importante na minha casa...

4 comentários:

Fabiano Lima disse...

Bela história, e tem gente que prefere viver sozinho. Dá pra enteder?!?

Dona Encrenca disse...

A minha vida de solteira foi muito boa, mas a de casada é bem melhor!

Edrisse disse...

Multiplica por 4...

Dona Encrenca disse...

Fiquei esperando o comentário de Dona Renata: Multiplica por 5!