sábado, 7 de julho de 2007

De volta à academia (8 de abril de 2007)








Gente, eu voltei a malhar. Voltei assim, modo de dizer. Não voltei bem voltado, ainda não. Mas já iniciei minha volta. Fui à academia em seis dias consecutivos. Para quem há seis anos não consegue “engrenar”, já foi uma vitória.
Esta semana começo de verdade, isso é, vou pagar a academia naqueles planos tipo – já paguei seis meses, agora tenho que ir.
O mais difícil nesta primeira semana foi o seguinte: o horário em que consigo me exercitar é o exato momento em que uma turma de jovens meninas do ensino médio de um dos melhores colégios de Brasília – Galois - utiliza as instalações da academia para prática de educação física. Pensem!
É isso aí amigas, as escolas de ensino regular estão terceirizando serviços que outras instituições especializadas fazem melhor do que elas – línguas e educação física. Nossos rebentos poderão escolher fazer inglês na Thomas Jefferson, francês na Aliança, espanhol no Cervantes, alemão no Goethe e qualquer coisa que lhes sacuda o esqueleto na Júlio Adnet.
Vocês devem estar pensando que a minha dificuldade nesta primeira semana foi ficar ouvindo aquela conversa chata e ininterrupta das “meninas” sobre “quem ficou com quem”, sobre qual a melhor festa do fim de semana, sobre “quem ficará com quem”, ou, ainda, sobre os “pais e mães” - esses seres insuportáveis – e as terríveis crueldades de que são capazes, só porque elas querem conversar, por celular, com as amigas com quem passam cerca de doze horas por dia, ainda dentro do carro a caminho de casa, menos de quinze minutos depois de terem se separado na porta da escola.
Não amigas, a parte mais dolorosa não foi essa. Foi o vestiário. Eu não posso nem cantar: “Há se eu soubesse aquele dia o que eu sei agora”. Eu sabia. E elas também sabem. Sabem que mesmo que elas mintam para o professor dizendo que estão com cólicas menstruais, só para ficar sentadas à sombra papeando com outras amigas também com cólicas menstruais, ainda assim seus bumbuns e seus seios continuaram empinados por muitos anos.
O que me doeu foi que percebei que tenho saudade de tudo do que eu reclamava no meu corpo quando eu tinha a idade delas. Eu reclamava do cabelo, cacheado demais numa época sem piastra (chapinha), sem escova definitiva, sem escova de chocolate; reclama das pernas finas e da pele branca demais.
Hoje lembro que o cabelo brilhava como crina de cavalo, que eu corria na areia dura da praia e o “interno de coxa” não balançava n-a-d-a e que a pele era branca, branca mesmo, sem manchas.
Tive que me controlar para não ficar encarando aqueles peitinhos durinhos que desafiam a gravidade. Minha vontade foi de gritar: ”Jesus, apaga a luz!”
Tenho procurado me conscientizar que agora, meu objetivo na ginástica é outro. Não malho mais para ficar gostosa e com isso aumentar significativamente a quantidade de sexo que posso ter. Exercito-me para melhorar minha condição cardiovascular, para não ter enfartos, acidentes vasculares, pressão alta e outras coisas do gênero. Exercito-me, por incrível que possa parecer, para não ter cólicas menstruais e nem enxaquecas. Exercito-me para evitar osteoporose e não ser uma velhinha encurvada e encrenqueira, lamentando-me de como eu era feliz aos 40 e sabia disso, mas, porém, contudo, entretanto todavia...

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