sábado, 7 de julho de 2007

Eu adoro bolsas (17 de abril de 2007)


A Vogue deste mês parece uma bíblia. Não pelo conteúdo, mas pelo peso. O pacote é três em um, você compra a Vogue e leva junto a Vogue jóias e a Vogue Kids – quase 500 páginas.
Domingo à tarde agarrei minhas revistas e um pote de sorvete de morango Häagen-Dazs e me atirei no sofá. Aproveitei que meu marido e filho estavam dormindo e fiquei horas folheando a revista, brincando de ser rica.
Esbarrei em uma reportagem louca. Explico. A manchete era: “S.O.S Costas – A obsessão dos estilistas por bolsas pode deixar você em maus lençóis”. A jornalista Victoria Ceridono contava como teve que mudar sua rotina fashion por ordens médicas. No texto o ortopedista Henrique Haidar Jorge explica que o peso em excesso desgasta a articulação do ombro, desloca a coluna e tira a musculatura de sua posição ideal. Um quilinho extra na bolsa significa três vezes mais impacto no quadril e quatro no joelho.
Tudo bem, ou melhor, ou pior, tudo mal. As ilustrações da matéria eram as maxibolsas mais cobiçadas do planeta! Da Burberry, da Marni, uma mochila laranja da Prada e, por fim, a bolsa de verniz da Chanel, hit entre as editoras de moda de Paris. Quase derramei sorvete na revista. Babei!
Eu adoro bolsas. Incondicionalmente. Minhas amigas sabem disso. Posso ser vista com 1,5 cm da raiz do cabelo sem tintura, de chinelo, sem batom (isso é freqüente), com as pernas sem depilar e as unhas por pintar, mas com bolsinha sem estilo – nunca! Pode ser de palha, de plástico ou de continhas coloridas, mas eu com certeza as estou achando lindas!
Não tenho todas as bolsas que amo, mas amo as bolsas que tenho – não são muitas, mas gosto mesmo muito delas.
Não combino bolsa com sapato, muito menos com a roupa. Sei que devia, sei que bolsas são um acessório exigente e difícil, mas, não forço a barra. Na hora de sair pego a que estou com vontade e saio, sem olhar para o espelho.
Minhas bolsas em geral são atoleiros de extratos bancários, contas a pagar, batons sem tampa, cremes hidratantes de validade desconhecida, absorventes fora da embalagem, moedas de euro que sobraram da viagem feita a Roma em agosto do ano passado, cartões de embarque de viagens aéreas cuja memória se perdeu (gente, não é que eu já estive em João Pessoa?), chaves de gavetas de mesas de trabalho que eu já deixei há anos, canetas que não escrevem direito, óculos arranhados, uma escova de dentes que parece ter sido usada para limpar prataria, celular com bateria descarregada e brinquedos para distrair meu filho em restaurantes, consultórios médicos ou qualquer outro lugar em que “role uma espera”.
Quando compro uma bolsa nova é como ano novo. Faço votos que não cumpro depois. Juro que desta vez vai ser diferente. Jogo “coisas” fora e separo objetos absolutamente necessários – a carteira, meu rímel L’extrême da Lâncome – TUDO DE BOM – e um gloss. Da última vez usei até uma bolsinha própria para cosméticos, toda reluzente, como as que minhas amigas competentes usam para poder mudar de bolsa com rapidez e sem transtorno. Em questão de dois dias, porém, minha bolsa acumula novamente o lixo de uma vida. Os cosméticos misteriosamente pulam da bolsinha (tudo bem, eu sei que esqueci de fechá-la!) para a parte interna da bolsa, ou aparecem no bolso externo da bolsa, onde eu jurei que só colocaria chaves.
O pior é quando o VISA resolve desaparecer. A última vez foi quando estava na farmácia, pagando pelo filtro solar que deve custar uma semana do salário da moçinha do caixa – fiquei pra morrer de constrangimento. Fazer o quê? Meu rosto está todo descamado por causa do ácido que estou usando para tirar manchas e reduzir a oleosidade da pele. Tenho medo de comprar um outro mais barato e desobedecer à dermatologista – cuja consulta (de meia hora) deve custar mais de uma semana do salário da vendedora... Enfim, achado o cartão, paguei pelo filtro - que na semana seguinte estava sem tampa, escorrendo pelo forro da bolsa.
Responsáveis por boa parte do peso da minha bolsa são agendas e caderninhos (aqueles que são vendidos nas saídas dos museus). Sempre tenho uns dois ou três dentro da bolsa.
Meu marido me deu uma maravilha tecnológica - dessas que prometem conectar você ao mundo, guardar nomes, endereços, telefones e e-mails de todos que alguma vez já te deram um bom dia. Só que a “maravilha” funcionaria, apenas, se a bateria fosse carregada – coisa difíííícil de acontecer... Ele diz que não acredita em papeizinhos, quando me vê anotando telefones ou horários de consultas em um das minha três agendas ou, quando não as localizo - no verso daqueles folhetos que colocam nos pára-brisas dos carros oferecendo dinheiro rápido, o coitado fica em tempo de enfartar.
Quando entro no elevador e me olho no espelho, por vezes, fico rindo sozinha, feito besta. É que alguns dias pareço os xerpas, aqueles guias do Nepal que carregam as coisas dos alpinistas que vão escalar o Everest.
Um amigo me disse que, invariavelmente, uma mulher que carrega uma garrafinha de água para onde vai é uma chata. A partir de então carrego só, meia garrafa.
Eu poderia fugir de casa levando somente minha bolsa. Acreditam que agora que eu voltei para ginástica, consigo acomodar meu tênis na bolsa?
Minha bolsa é um buraco negro e denso. Passo horas tentando pescar coisas lá dentro (uma lanterna poderia ser útil, mas se eu a guardasse na bolsa...), mas não a abandonarei, mesmo tendo medo de ter uma bursite e de precisar de uma cirurgia após anos usando bolsas com quase 5 quilos de tralha.
Queridas, acima, ilustrando esse post - meu soooonho de consumo – essa bolsinha Jimmy Choo de €791,67.

4 comentários:

janne disse...

Amiga amei este seu artigo sobre as bolsas. eu estou em casa sabado a noite por causa da porcaria da menstruação que até hoje me mata e como já passei dos enta toma agora remedio estrangeiro.Comel? dorflex? que nada menina- tomo menstrual pain, um remedio americano , que só de por na boca ( acho que é psicologico), minha colica passa!Se me derem dormonide na veia a colica nao passa mas meu MENSTRUAL PAIN passa! acho porque meu utero e ovarios acharam lindos estes nomes né bem. Mas o que isto tem a ver com a bolsa? pois as suas bolsas são lindas mesmo, chiquerimas, e eu tambem perco tudo dentro delas como você. Só que as minhas são no maximo da andreia, ou uma carteira de natal de couro da vitor hugo que minha irmã gemea me presenteia em 7 de janeiro.Aliás epoca em que minhas amigas que tem bolsas maravilhosas e cheias de dinheiro me dão batons lancome, perfumes chanel, ainda não ganhei um vale um dia no salão mas no proximo ano aceito - acho como o MENSTRUAL PAIN chiquerimo receber - passe um dia no salão de beleza!!bjim e tenha sempre uma bolsa grande , para guardar as cadernetinhas de endereço de seus amigos , pois como você seu CORAÇÃO é do tamanho do mundo !!! talvez por isso esta identificação com coisas grandes! bjim janninha

Camila disse...

Oi! Simplesmente adorei sua postagem, você é sincera assim como eu. Todas as bolsas que tenho nenhuma me pesa mais do que 500g e por esta razão não tenho problema nenhum, adoro bolsas. Assim que puder comente no meu blog, estarei esperando: blog.catmania.com.br Bjinhu e até mais.

Madame "M" disse...

Eu adoro bolsas tbm. Com esta infinidade de coisas que carrego só com as max mesmo.

Angélica disse...

Gente bolsa é tudo de bommmmmmmm, adorooooooooooo